Durante o mês de dezembro último a JHArqueologia esteve na cidade de Armação de Búzios no Rio de Janeiro realizando uma série de prospecções arqueológicas que trouxeram além, de muito conhecimento uma percepção da paisagem cultural exuberante, algo que torna a cidade única e um dos principais destinos do turismo do Brasil.
A prospecções como etapa inicial da pesquisa arqueológica se dedica a um estudo diagnóstico do potencial de alguma área. Neste caso, o estudo foi precedido de um estudo bibliográfico e de uma análise cartográfica da região. Com base no método probabilístico para uma arqueologia da paisagem, somada a uma prospecção de superfície realizamos um estudo de potencial para o estabelecimento de Trilhas Arqueoecológicas.
Búzios tem uma história local que se confunde com a própria história do Brasil, ocupada inicialmente por povos tradicionais cuja ancestralidade remonta mais de cinco mil anos, registro que pode ser observado em alguns sítios de arte rupestre, a cidade tem registros de ocupação colonial desde o início do século XVI. Fazendo parte anteriormente do município de Cabro Frio, a história de Búzios compartilha da mesma referência história demarcada com a presença do Forte São Mateus, construído no século XVII, durante a União Ibérica, o Forte é o registro da importância estratégica da região. Mas a efetiva ocupação da região se dará ainda mais tarde, ao final do século XVIII com a instalação de um vilarejo de pescadores atraídos pela pesca da Baleia, o que dá nome a cidade Armação de Búzios. A vila se consolida no século XIX o que dá os contornos de uma arquitetura muito rica que ainda percebemos no local. O passado colonial também é tangenciado por uma arquitetura da escravidão, pois na praia de Búzios também se encontra alguns dos portos dos tumbeiros negros que chegavam ao litoral brasileiro para o comércio de escravos.
Essa riqueza histórica produz um mosaico que surpreende em beleza produzindo uma Paisagem Cultural integrando as belezas naturais da península com um patrimônio histórico riquíssimo. Foram realizadas prospecções de superfície nas praias de José Gonçalves e Tucuns, no Parque Estadual da Costa do Sol passando pela Serra das Emerências, onde foram realizados estudos de vestígios e análise de micro relevo. As linhas de caminhamento realizadas acompanharam trilhas antigas, a indicação dos moradores, e ainda indícios da própria paisagem, o que ratificou a existência de indicativos de ocupação humana já relatados por outros pesquisadores décadas antes.
A experiência da realização das prospecções com o trekking sistematizado revelou um potencial enorme para a exploração do Turismo Cultural aliando ao turismo já existente como uma possibilidade real e promissora. A Paisagem Cultural da cidade dialoga com seu patrimônio histórico oportunizando caminhadas ao ar livre a implementação de Trilhas Arqueoecológicas como um atrativo diferenciado para a bela Búzios.
Prospecções, trilhas e a Paisagem Cultural de Búzios são uma tríade que formam os pilares do Turismo Cultural envolvendo a aventura e a história local. Cada prospecção foi uma aventura, e cada aventura um novo conhecimento sobre Búzios...
#recomendo